Sabemos que muitas lesões e doenças bucais podem ser bastante
semelhantes clinica e histologicamente e por isso, dificultar o seu diagnóstico.
Muitas vezes, o diagnóstico pode depender de uma pequena informação clínica que
passa despercebido se não estivermos habituados com as doenças que acometem a
boca. Lembre-se, as informações clínicas são fundamentais para se fazer um
diagnóstico e o diagnóstico é fundamental para fazermos um tratamento adequado.
E quando falo em diagnóstico, não é somente de cistos, tumores e doenças
infecciosas, mas de qualquer diagnóstico como cárie, gengivite, periodontite, o
dia a dia de um Cirurgião Dentista.
Rotineiramente, quando recebo biópsias com pouca ou nenhuma
informação clínica fico tentando entender o por quê. Já perguntei isso a colegas e a resposta mais
comum é que eles acham que o exame histopatológico é definitivo, isto é, o
patologista vai olhar a lâmina e saber o que é.
Grande engano! A minha atual opinião, digo atual porque pode mudar, é
muito mais trágica. Acho que os dentistas não sabem fazer uma boa anamnese e um
bom exame clínico. Infelizmente, parte da culpa é minha! Como sempre falo,
conversar com o paciente não é fazer anamnese e fazer inspeção não é a mesma
coisa que olhar. Se não sabemos porque estamos fazendo cada pergunta, isto é,
se cada pergunta não tem um objetivo, não conseguimos utilizar as informações
colhidas de maneira lógica e organizada. Se não sabemos o que olhar, acabamos
“batendo o olho”. Olhe a lesão acima.
Como você a descreveria? Se você não sabe o que olhar, acaba descrevendo a
lesão como uma bolinha na bochecha! Agora, se você sabe que é importante ver
qual a localização, qual a lesão fundamental, qual a forma, tamanho, cor, como
são os limites, a borda, como é a superfície, se é única ou múltipla, séssil ou
pediculada, sua descrição vai ser um pouco mais detalhada. Imagine ainda se
você sabe que é importante conhecer como ela apareceu, quando, se dói, se
cresceu ou não, lenta ou rapidamente, qual a história da lesão, é fixa ou é
móvel, se é infiltrativa, qual a consistência. Com certeza, você saberá o que
perguntar, saberá o que palpar e o que ver. Para complicar só um pouco, mas
falarei disso em outras oportunidades, e se lembrarmos que algumas lesões
bucais são manifestações ou estão diretamente ligadas a doenças sistêmicas ou
genéticas, ou se são infecciosas? Quais informações são importantes? As
perguntas são sempre as mesmas? É sempre a mesma anamnese?
Na verdade, na maioria dos casos não é necessário um
patologista para estabelecer um diagnóstico e sim uma boa anamnese e um bom
exame clínico.
Adorei!!! E como o sr. escreve bem hein!!! Vou querer posts novos todos os dias!!! Achei muito interessante o que vc falou sobre a anamnese, ela definitivamente não é engessada. Porém eu acabei entendendo melhor isso e treinando depois de uma aula que eu dei na residência, sobre anamnese e exame físico. O método de anamnese ensinado na graduação é o diagrama de problema, onde os dados já estão lá e muitas vezes alguns alunos nem sabem o pq estão perguntando tal coisa. Já prontuário problema orientado é aquele q vc encontra o problema e a partir daí prioriza-se a investigação daquele problema mais a fundo. Assim treinaria o aluno a pensar mais um pouco,sabendo o que perguntar o pq de perguntar aquilo, consequentemente haveriam melhores descrições... Daí o professor Fabito passaria corrigir redações!!! rsrsrsrs.Um beijão Sdd
ResponderExcluirObrigado Carol... Ainda está no HC? Legal ver que continua estudando! Bjo
ResponderExcluirAhhh.... Sr. é sacanagem, heim!!!! kkkk
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa, Fábio. Conte com meu apoio. Abraços, Glaykon
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ResponderExcluirE esse caroço da imagem, que parece um nódulo é o que ?
ResponderExcluirEstou com um igual. Queria saber oque é e se tem a ver com alguma doença de boca. Se pode virar um câncer
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ExcluirE esse caroço da imagem, que parece um nódulo é o que ?
ResponderExcluirEstou com um igual. Queria saber oque é e se tem a ver com alguma doença de boca. Se pode virar um câncer?