O carcinoma de células escamosas (CEE), também denominado
carcinoma epidermóide, carcinoma escamocelular e carcinoma espinocelular, é uma
neoplasia maligna, com origem no epitélio de revestimento da boca, sendo
responsável por cerca de 95% das lesões malignas nesta região. No Brasil, a
boca representa a quinta localização de maior incidência de câncer em homens e
a sétima em mulheres.
O principal fator de risco é o tabaco. Cerca de 90% dos
indivíduos com o diagnóstico de CEE bucal consumem ou consumiram tabaco sob a
forma de cigarro, charuto, cachimbo ou mascado. O risco de desenvolvimento de
CCE bucal em fumantes de cigarro industrializado é 6,3 vazes maior do que em
não fumantes. Este risco aumentaria para 7 vezes em consumidores de cigarro de
palha, e para 14 vezes em usuários de cachimbo. O álcool não pode ser associado
à fase iniciadora do câncer bucal, mas acredita-se que possa promover ou
potencializar a capacidade do tabaco em causar o câncer. O efeito simultâneo do
álcool e do tabaco pode aumentar em até 100 vezes o risco de se desenvolver um
câncer de boca. A exposição progressiva excessiva ao espectro ultravioleta da
luz solar também funciona como fator de risco para o desenvolvimento do
carcinoma de células escamosas localizado em lábio.
A língua é o local mais comum para o CCE bucal,
correspondendo a 44% dos casos, seguido pelo assoalho bucal com 16% e pelo
lábio inferior. A localização é considerada fator de influência na perspectiva
de vida, considerando-se que os tumores apresentam comportamento diferente
conforme a localização.
O principal sintoma deste tipo de câncer é o aparecimento de
feridas na boca que não cicatrizam. Outros sintomas são ulcerações
superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores (podendo sangrar ou não)
e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal.
Dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado nos
casos mais avançados.
Do ponto de vista microscópico, as lesões de CEC bucal
apresentam-se como proliferações de células epiteliais neoplásicas com perda da
camada basal e invasão do tecido conjuntivo subjacente. As células podem
apresentar núcleos hipercromáticos, nucléolos evidentes e figuras de mitoses
atípicas. O tecido em crescimento invade o conjuntivo subjacente, formando
ninhos ou ilhas epiteliais. Focos de necrose, pérolas de queratina, áreas de
invasão de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos podem também ser observados.
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