As lesões periapicais são bastante comuns e fazem parte do dia a dia do cirurgião-dentista. A grande maioria delas são cistos periapicais inflamatórios ou granulomas periapicais e são tratados endodonticamente. Entretanto, uma pequena parte dessas lesões são persistentes ao tratamento convencional e necessitam de um tratamento cirúrgico. Ao contrário do que se acreditava no passado, a maioria dessas lesões resistentes é um granuloma periapical, mas pode ser um cisto, abscesso ou uma cicatriz fibrosa. Em raras ocasiões outras patologias podem simular uma lesão periapical. Na literatura, encontramos desde lesões benignas como ameloblastoma, linfangioma, fibroma ossificante, displasia cemento-óssea florida, schwanoma, tumor odontogênico adenomatóide, fibroma odontogênico central, até neoplasias malignas ou metástases como linfoma, condrossarcoma, mieloma múltiplo, metástase de câncer de mama (figura acima), metástase de câncer renal, entre outros. Por esse motivo, nunca podemos abrir mão de um bom exame clínico, caprichar no teste de vitalidade pulpar, acompanhar o resultado do tratamento endodôntico e fazer a análise histopatológica dos casos tratados cirurgicamente. E quando falo tratado cirurgicamente, não são somente aqueles casos de cirurgias parendodônticas, mas também as lesões periapicais curetadas após exodontias, não as deixem embrulhadas na gaze. Lembrem-se que se o dente tiver vitalidade pulpar não é cisto ou granuloma periapical, portanto, o tratamento não é endodôntico e a lesão deve ser diagnosticada corretamente para se fazer o tratamento adequado.
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