quinta-feira, 28 de junho de 2012

Todo paciente tem uma história para contar


Sugestão de leitura: Todo paciente tem uma história para contar de Lisa Sanders. Selecionei alguns trechos que gostei bastante e com certeza vale a pena ler aqui.

“Quando bem montada, a versão médica da história do paciente frequentemente traz a chave para identificarmos as feições características de uma doença, levando-nos ao diagnóstico. Boa parte da educação que os médicos recebem durante os vários anos da faculdade de medicina, e depois nos anos de especialização, consiste em adquirir a habilidade de identificar e moldar os aspectos da vida, sintomas e exames complementares do paciente, de modo a criar uma versão da história clínica que possibilite o diagnóstico. De fato, a capacidade de criar essa versão simplificada e impessoal da história do paciente é a habilidade essencial no diagnóstico.”

“Em grande parte dos casos, conversar com o paciente é o que nos dá as pistas essenciais para fecharmos um diagnóstico. Além disso, o que aprendemos com essa entrevista simples com frequência tem um papel importante na saúde do paciente mesmo depois de fechado o diagnóstico.”

No entanto, a terapia eficaz depende de um diagnóstico preciso. Temos hoje à nossa disposição uma grande variedade de ferramentas - novas e velhas - que nos permitem fazer diagnósticos oportunos e precisos. E, à medida que o tratamento vai se tornando mais padronizado, as decisões mais complexas e importantes passam a ocorrer no plano do diagnóstico.”

“A chance de estarmos errados é gigantesca quando lidamos com algo mais complicado que uma garganta inflamada. Os médicos - muito mais que seus pacientes - reconhecem que algum grau de erro é inevitável. Desde o primeiro momento em que um médico vê um paciente, ele começa a formular uma lista de causas possíveis para aqueles sintomas - o que chamamos diagnóstico diferencial. À medida que conhecemos melhor a história clínica da pessoa, essa lista é modificada - algumas doenças são riscadas, substituídas por outras que se encaixam melhor na história do paciente, no exame físico ou, às vezes, em resultados de exames. Ao final do encontro, o médico terá um rol de suspeitos prováveis.
Se o médico lidar corretamente com o problema, existe uma boa possibilidade de que um desses diagnósticos esteja certo. Os demais, por definição, estarão errados. Estamos regularmente errados na tentativa de acertar. É importante termos uma lista de possibilidades, porque a medicina é complicada, e as doenças e os corpos diferem. Frequentemente temos um diagnóstico que consideramos mais provável, mas também somos ensinados a ter um plano B, porque nossos pacientes nem sempre têm a doença mais provável. A pergunta que nos ensinam a fazer é: se não for isso, o que mais poderia ser?”

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